quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cortejo


Cortejo



Pela minha porta um cortejo esta saindo.
Parece um cortejo fúnebre, mas não carrega defunto.
Levam meus sonhos, esperanças, minhas ilusões.
Para onde levam minha vida? Para aonde vão?
Pergunto, pois de tudo meu, é o conjunto.
Vão saindo devagar, uns depois do outro,
Devagar, e tudo me é familiar, é peculiar.
Ouço nomes chamados, de pessoas que amei,
De nenhuma me é concedido um só olhar!
Na minha mente há um lusco-fusco,
Que a tudo acinzenta, e encobre de um matiz crepuscular.
Como as chamas das velas, dissipam-se do nada,
Deixando para trás meu coração, ecos de poesias esquecidas,
Está tudo indo embora, escuto de longe uma música sonora.
Vai ficando só lamento e escuridão dentro de mim.
Sonhos que não foram vividos ficam contidos,
Esquecidos, apenas como uma lenda dentro do coração.
Penosamente vejo o cortejo fazer seu percurso,
Levando a caminhada da minha existência.
O que aconteceu eu morri, ou foi minha mente?
Não te atormentes, nem te enganes foi somente
Uma poetisa medíocre, incoerente.
Que fugiu de dentro de ti!
© Marlene Tavares
Niterói 15/02/2009